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Aparentemente, Júlia Paula surpreendeu tudo e todos ao apresentar contas positivas relativamente a 2012, e com um saldo superior aos dois milhões de euros.
A verdade é que a Câmara não pagou os subsídios de Natal e de férias aos funcionários e a "poupança" ajudou, e muito, a melhorar a prestação financeira. Não seria porém suficiente se o resgate, via PAEL, se tivesse concretizado.
Mas isso não aconteceu e, assim sendo, os mais de cinco milhões de dívidas de água ficaram no papel, guardados na mesma conta de provisões e riscos do ano passado, numa espécie de limbo, que dá pelo nome de "previsões para riscos e encargos". Com as dívidas e mais uns "pozinhos" (dívidas a terceiros médio e longo prazos pouco esclarecidas), o montante inscrito nas "provisões" em 2012 é de quase sete milhões de euros.
Entretanto, depois de muita discussão sobre o pedido de resgate através do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), precisamente para pagar parte do montante de água em dívida, cujo contrato Júlia Paula assinou com o então ministro Miguel Relvas, a 16 de Novembro de 2012, ainda nada aconteceu de concreto e que afecte os resultados.
Os cerca de 2,3 milhões de euros que hão-de engrossar o passivo da Câmara, não chegaram até 31 de Dezembro do ano passado e, segundo Júlia Paula, não chegaram mesmo até hoje. Com o problema do visto do Tribunal de Contas resolvido irão certamente fazer mossa quando se apresentarem os resultados de 2013.
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