Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A melhor Revista de opinião do Concelho de Caminha! Aqui é-se livre de dizer o que se pensa... Participe e fale connosco! A Administração deste blog não se responsabiliza pelo teor dos comentários publicados
Na sequência das tomadas de posição da Corema e do Partido Socialista/Caminha, a Câmara Municipal não teve alternativa e mandou embargar as obras da fábrica de betão, que já laborava a todo o vapor na Gelfa, embora não tivesse qualquer licença, nem de edificação, nem de exercício da actividade industrial: "Fabricação de betão pronto - Preparação e entrega de betão pronto". O presidente da Junta de Âncora já tinha inquirido, por carta, a Câmara, em Março, mas a resposta só chegou esta semana, na passada quarta-feira, quase dois meses depois!
A Câmara Municipal não pode dizer que não sabia, mas aparentemente ignorou o alerta e o pedido de explicações do presidente da Junta de Freguesia de Âncora, António Brás, expressos em carta datada do passado mês de Março.
Na reunião do Executivo de quarta-feira última, presidida por Flamiano Martins, foi o vereador Mário Patrício quem informou que a obra tinha sido embargada, mas garantiu que a empresa não é poluente e chegou mesmo a desabafar: "as pessoas constroem as casas à beira das zonas industriais…"
Jorge Miranda, vereador socialista exigiu explicações dobre a instalação e laboração da unidade industrial de fabrico de betão. A resposta foi que a obra tinha sido embargada, mas o desconforto da maioria PSD era evidente. No mesmo dia, o presidente da Junta de Freguesia de Âncora recebia a resposta às suas inquietações, com quase dois meses de atraso - mesmo a seguir às notícias da imprensa e aos comunicados da Corema, do Nuceartes e do PS/Caminha.
Ao pedido de esclarecimento de Jorge Miranda respondeu o vereador Mário Patrício, com um ou outro aparte do vereador Flamiano Martins. O socialista sublinhou a "dimensão importante" da unidade e criticou a resposta reactiva da Câmara, por actuar apenas depois da exposição pública do caso e na sequência de vários comunicados.
Para Mário Patrício, a indústria não tem qualquer impacto ambiental e é apenas um armazém onde se misturam produtos.
Querendo ajudar o colega, Flamiano Martins tentou ainda explicar: "é uma central onde se faz massa e cria quatro postos de trabalhos". O presidente em exercício, agastado, ainda tentou desvalorizar: "têm lá dois depósitos, que se retiram se for preciso. A construção são quatro ou seis pilares de betão, só isso".
Mário Patrício também lembrou que licenciou indústrias deste tipo em Valença, referindo que "lá o PDM permitia". Para o vereador, o problema será a "linha" de separação entre zona industrial e terrenos urbanos, mas, "quem compra um terreno urbano para fazer uma casa sabe que está ali ao lado a zona industrial", concluiu.
Mário Patrício disse ainda que a indústria é necessária e lembrou que "em todas as zonas industriais há poeiras e ruídos". A certa altura, e apesar de ter revelado que foi ele quem mandou embargar a obra, Mário Patrício declarou: "eu não sei o que está lá".
Seja como for, às definições de Flamiano Martins ("É uma central onde se faz massa") e de Mário Patrício ("É um armazém"), convém lembrar a descrição da actividade, que consta do documento oficial de constituição da empresa: "Fabricação de betão pronto - Preparação e entrega de betão pronto".
Quanto ao facto da obra ter avançado sem licença, Mário Patrício disse que não acha bem, mas culpou o Direito Administrativo por, digamos, facilitar este tipo de procedimento, ao prolongar os processos em tribunal.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.